Acho que finalmente vou conseguir escrever sobre a nossa viagem de Inverno pela Europa Central em dezembro! E que viagem esta que custou a planear, mas às vezes são mesmo estas que nos sabem melhor, não é verdade? Tudo começou no início do ano (ou ainda no final do ano anterior), em que tínhamos decidido estar de férias durante duas semanas em dezembro.
Seria a nossa viagem grande, a viagem de descanso de um ano inteiro a trabalhar, a viagem com destino de calor, onde não haveria relógio, nem grandes afazeres a não ser descansar com o pé na água turquesa e quente do mar. Calcorreámos a internet à procura dos destinos mais exóticos e paradisíacos à face da terra, ficámos com alguns debaixo de olho, fizemos planos, calculámos voos e procurámos hotéis.
Confesso-me céptica a este tipo de férias, não sei bem se iria resultar para mim, mas admito a curiosidade em experimentar, em viajar para lados do mundo que me são inteiramente desconhecidos, mesmo que seja para não fazer coisa alguma. E porque convenhamos, viajar é viajar, é deixar as preocupações para trás e respirar outros ares. Mas depois, o trabalho ainda andava aqui e teimava em não nos largar, os dias iam passando e nada de decisões tomadas.
Depois duas semanas para férias passaram a uma semanas apenas, e os planos tiveram de ser alterados. “Vamos guardar tudo isto para o próximo ano. Sim, é isso. Para o ano é que é! Este ano…. ora bem, este ano… vamos ficar pela Europa!” E eu agarrei-me logo ao mapa e num abrir e fechar de olhos tracei o nosso percurso: Viena, Praga e Berlim. Voamos para Viena, vamos de comboio para Praga e depois Berlim, e regressamos de avião para Lisboa!
Vai estar calor? Não, nada, aliás vai é estar um frio que não se vai aguentar, mas tudo bem! Vamos estar sem fazer coisa alguma? Não, vamos estar a caminhar muitos km’s por dia aliás, mas isto é mesmo assim! Vamos estar com o pé em água quente sem olhar para o relógio? Também não, vamos ver se não neva ou chove, e quanto ao relógio… bem podemos estar sem olhar para ele, mas os dias vão ser tão curtinhos, que vamos ter necessidade de verificar se é hora de jantar ou se ainda são apenas 4h da tarde.
Assim foram os nossos planos e tal como gostamos de fazer, fomos marcando à medida que íamos viajando. Saímos daqui com vôos para Viena e de Berlim para Lisboa, hotel em Viena e um Airbnb debaixo de olho para Praga, e nada para Berlim. Nem comboios, nem horários. Logo se vê! E tudo se viu, tudo se fez e tudo se saboreou à velocidade certa!
E como foi Viena? Gostei muito e gostava de regressar, é uma cidade grande, de arquitetura imponente e imperial. O Natal sentia-se nos detalhes mais bonitos e elegantes. É uma cidade em que se respira arte e música. Cruzamo-nos com as óperas, teatros, museus, galerias de arte, mas também as igrejas, as avenidas largas e as lojas de luxo. O tempo estava o que se esperava, um frio que nos entra pelo corpo adentro, sem parar nas camadas de roupa que trazemos. Aquele tempo em que apetece andar sempre de café na mão, para aquecer… a mão e tudo cá dentro! E caminhámos, caminhámos muito durante estes dias, nunca entrámos em trams em Viena, Praga ou Berlim, a não ser que fosse para irmos para o comboio e de malas atrás.
Ainda assim, a sensação é que ficou muito para ver. Planeámos pouco tempo para esta cidade e calhou a sorte de encontrarmos algumas lojas e galerias que queríamos visitar, fechados. Não visitámos nenhum museu, para podermos aproveitar ao máximo o dia na rua, já que às 4h a noite era já cerrada. E não fotografei muito. Ao final do primeiro dia ouvi-o dizer-me “O que se passa? Não andas a fotografar muito…” e ao mesmo tempo percebi que não me tinha dado conta ainda disso, mas no fundo sabia a razão.
Estava cansada de fotografar as mesmas coisas. Estava cansada de fotografar coisas e não conseguir trazer a essência do sítio em que estava. Percebi que me faltavam pessoas, que me faltava mais carácter em registar esta cidade. E assim me desafiei o resto dos dias, fotografar mais pessoas, mais vivência, mais alma. E é talvez uma das coisas mais difíceis para mim de fazer. Eu sou fotógrafa profissional, fotografar pessoas é o que faço o ano inteiro, mas as pessoas pagam-me para as fotografar. Sei que elas esperam que o faça, que esteja ali, e que lhes invada o espaço de certa forma. Aqui não. E superar tudo isto para conseguir trazer mais pessoas nas imagens foi difícil.
(Nestes posts de viagem vou querer destacar algumas coisas, mas só algumas, para não tornar os posts demasiado exaustivos e para que possam ficar com algumas referências, caso decidam ir passear para estes lados. Neste post de Viena destaco este café e o hotel em que ficámos.)
O café :: Zweitbester
Quando marcamos uma viagem, temos papéis bem definidos no que diz respeito ao planeamento. Eu pesquiso os sítios mais bonitos para tomarmos o pequeno-almoço e almoçarmos, as galerias de arte e lojas giras, ele procura os hotéis, os restaurantes para jantarmos e coisas diferentes para vermos/fazermos. Para Viena tinha uma lista de sítios bonitos para o pequeno-almoço, mas o hotel tinha um pequeno-almoço mesmo delicioso e por isso, a lista ficou um pouco em suspenso.
Ainda assim, quis a sorte que déssemos com o Zweitbester mesmo na última hora em que estávamos em Viena, e foi aqui que entrámos para um café antes de iniciar a viagem para Praga. Sendo feriado neste dia, estava praticamente tudo fechado e havia poucas pessoas na rua naquela zona da cidade. Por isso, foi curioso entrarmos aqui e darmos com um café bem composto de pessoas na conversa com os amigos, a tomarem um brunch self-service, uma cozinha aberta para todos verem, tudo em mood industrial!
O hotel :: Ruby Marie
Quando viajamos gostamos de ficar em sítios bonitos, sempre. Mesmo que seja só para dormir, não descartamos a importância de no final do dia regressar a um sítio que nos enche as medidas, que é acolhedor, que tem detalhes bonitos e onde nos sentimos bem. Por isso, além de pesquisarmos Airbnb’s que possam ser o que nós procuramos, procuramos também boutique e design hotels. Em Viena ficamos no Ruby Marie que nos deu exactamente isto que procurávamos. É acolhedor, cheio de detalhes na decoração que nós apreciamos e com o melhor pequeno-almoço de sempre, com particular ênfase na produção local e orgânica!
More traveling:
La Graciosa / Lanzarote / London / Copenhagen / Malmo / Madrid / Seville /Amsterdam / New York /Vejer de La Frontera
Para quem gosta destas fotografias, algumas encontram-se à venda aqui!
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Dulce says
Que saudades! Passei a minha lua de mel em Vienna e Salzburg e adorei!
Fomos em Março, na altura da Páscoa, havia narcisos nas janelas e mercados de rua absolutamente maravilhosos!
Não sei se chegaste a ver a Hundertwasserhaus e o Museu com a obra de Klimt, estes foram os meus edifícios preferidos.
Gostava de voltar mas ainda há tantas cidades que não conheço …
Beijinhos e bom fim de semana
claudia says
Olá Dulce, que giro teres passado a lua-de-mel por aqui! Gostava de ter tido mais tempo, acho que olhando para trás, aumentava as férias em dois dias, e acrescentava um dia a Viena e outro a Berlim! E claro, muito pensámos em voltar, alugar um carro e passear por estes países, porque fora destas cidades capitais, parece haver tanto para ver e tantas cisas bonitas! Não chegámos a entrar em museu nenhum, mas esse de Klimt de que falas é este que está aqui nas fotografias – o Museu Belvedere (o grande em tons de branco com o lago à frente gelado).
Beijinhos e bom fim-de-semana também!
Dulce says
Na altura o museu Klimt ficava no centro da cidade neste edificio com a cúpula cheia de flores https://2.bp.blogspot.com/-PZ_qMcxStIY/V-1zkYJ_ejI/AAAAAAAA3Xw/7-M-pVjMGqEv9Od0TbNEzh6klTJOFWQCLcB/s1600/Sessionist%2Bexterior.jpg
já foi há 16 anos portanto deve ter mudado de sítio porque também estive no palácio Belvedere e não havia nada do Klimt lá.
Recomendo Salzburg e a zona dos lagos onde foi rodado o filme música no coração. É lindo lindo lindo!
Bons planos para as próximas viagens :)