Depois de falar de cidades e vilas por onde passei no último ano, chegou o dia em que venho falar de uma outra cidade que me é muito chegada ao coração – Leiria. Para quem não sabe, é precisamente desta cidade que eu sou e foi nesta cidade onde nasci e vivi 25 anos da minha vida.
No entanto, a verdade é que desde sempre quis mudar de sítio e sabia que Lisboa um dia seria o destino. Quem me conhece sabe bem a paixão que tenho por Lisboa, como me sinto de cá, e me sinto em casa aqui. Mas é curiosa a sensação de ambivalência entre gostar do anonimato de se viver na capital e de tudo a que se tem acesso vivendo em Lisboa, mas depois preferir sempre viver num bairro, porque gosto da familiaridade, de conhecer as pessoas, de saberem quem sou, o que faço, e de as cumprimentar na rua. E essa familiaridade existe também em Leiria.
E apesar de saber que muito possivelmente não volto a viver em Leiria, é uma cidade de que eu gosto imenso, por ser uma cidade bonita, por ter tanta vida e claro, por carregar nestas ruas tantas histórias que eu vivi ao longo de 25 anos.
Pelo trabalho que tenho e por já serem quase 10 anos em Lisboa, acabo por ir poucas vezes a Leiria, mas sempre que vou, gosto de recordar a cidade. Gosto de a fotografar quando tenho tempo, gosto de passear sozinha pelas ruas, gosto de me “perder” nela, tal como me “perco” aqui em Lisboa. É certo que a cidade vai mudando, mas por outro lado é reconfortante ver tantas coisas que permaneceram tal como eram há 10 anos atrás e tal como eram durante a minha infância e adolescência.
Gosto de recordar as idas ao Teatro José Lúcio da Silva, as compras na Avenida Heróis de Angola, os cafés/pontos de encontro na Praça Rodrigues Lobo e Mercado Santana, os sítios onde trabalhei enquanto estudava, os bares no Terreiro, a Rua Direita, o Jardim Camões, a Fonte Luminosa… já uma das coisas das quais não tenho quaisquer saudades são as noites de inverno.
Quem é de Leiria sabe do que falo… o inverno é húmido e por mais roupa que se vista, o frio entra-nos corpo adentro. Mas ainda assim, até isso me faz lembrar as saídas com as amigas, de como íamos agarradas umas às outras até ao carro e como esperávamos que o carro aquecesse para ver se “descongelávamos”.
E por isso, hoje fica um passeio pelas ruas de Leiria no Natal do ano passado (com quase todas as fotografias ao alto, mas estas ruas assim o pediam!). Estava um dia de inverno fabuloso e a cidade estava calma.
Foi bom passear, fotografar e sentir aquela familiaridade de se estar num sítio onde a qualquer momento pode surgir alguém que conhecemos. Leiria é bonita e eu gosto de sentir que “sou” de duas cidades com castelos cheios de charme!
Esta casa em baixo foi para mim uma das revelações do passeio. Durante todos os anos em que vivi em Leiria, sempre tive imensa curiosidade sobre esta propriedade. E nunca tinha visto a casa, porque estava rodeada de árvores enormes. No máximo conseguiria ver a cor da casa e nada mais.
Quando ia a passar e percebi que por trás das árvores era esta a casa que estave “escondida” durante todos aqueles anos… foi uma surpresa enorme. Que gira que é e que vontade tenho de lá entrar e percorrer as divisões todas.
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Marta Chan says
Adoro os teus posts sobre lugares portugueses, sinto me a viajar fora ca dentro =)
claudia says
Ohhh :) Obrigada Marta! Fico mesmo feliz por gostares!
Marta Catarina Santos says
Adorei este post! Leiria também é a minha segunda cidade, mas por outros motivos! Faço exactamente o mesmo quando lá passo um fim-de-semana, passeio, fotografo e recarrego baterias!
Quando vi a casa cor-de-rosa de que falo, tive vontade de ser rica e comprá-la! Adorei esta mini viagem por Leiria!
claudia says
Oh que coincidência! Adoro quando estas histórias se cruzam assim! E a casa cor-de-rosa…. adorei também!! Ela representa tantas histórias no meu imaginário sempre que passava junto ao portão! Espero que continues a passear por Leiria e a aproveitar para a fotografares muito! Muda ao longo do tempo, mas permanece igual em tantos aspectos bons! Um beijinho!