…que nos passam pela cabeça, quantas é que deixam de ser ideias apenas e se transformam em projectos loucos que queremos concretizar?
Estamos em altura de planos, nem que seja a um prazo “curto” de 12 meses. Há quem não pense em nada e se sinta de cabeça e coração abertos para o que vier. É arriscado este “é o que for!”, mas também é arriscado pensar e planear. É um compromisso que se quer assumir connosco e por vezes com o mundo.
Sabe-se de antemão que teremos de lidar com a frustração se algo não acontecer como planeámos, mas a vida é mesmo assim. Será que não planear é um não querer lidar com frustração alguma?
Sábado sentei-me no chão do Terreiro do Paço e pensei nos próximos dois anos. E acreditem, sou pouco de planear. Assusta-me quase pensar nisso… e eu sei porquê. Para mim a vida tem-me trazido as melhores surpresas sem que nada tenha sido planeado. Pessoas que entraram na minha vida como que por acaso. Projectos que apareceram do nada e me levaram a outros ainda melhores. Ideias que vieram até mim, me desafiaram e fizeram de mim a pessoa que sou hoje.
As pessoas e as ideias. As pessoas que surgiram, mudaram qualquer coisa e saíram. As pessoas que entraram para acrescentar, para complementar e ficaram. As pessoas que me entraram pela cabeça e coração e me fizeram sonhar e sorrir no meio da rua, do nada.
E as ideias, as que parecem boas e não o são, mas deixam a experiência. As que parecem arriscadas, mas enche-se o peito e avança-se. E as ideias loucas… Essas sei que tenho deixado para trás. Apregoo a liberdade de decisão, de vida, a independência, mas o sentimento de pertença, a familiaridade, as raízes que criei, estão a prender-me. E não é necessariamente mau. Não tenho espírito de nómada e preciso sentir-me em casa, nem que seja do outro lado do mundo.
E as pessoas que entram e deixam em nós as ideias loucas a crescer na nossa cabeça? Pomo-las a andar (as ideias) ou arriscamos e deixamos-nos ir?
É assim que se começa o ano por aqui… com um brinde às ideias loucas!
Catarina says
Também sou da opinião que as pessoas entram na nossa vida por alguma razão, por isso é que não gosto de me afastar de (quase) ninguém. Acho que se houve uma razão, é porque houve uma intenção, uma escolha, que pode ser ou não aceite por nós, mas que deve ser respeitado. Por vezes, só mais tarde é que nos apercebemos disso.
É isso.
Bjinho
The Daily Miacis says
Concordo, mesmo que nos custe as pessoas que entram na nossa vida e depois saiem por razões da vida, contribuem sempre para qualquer coisa, mais não seja para nos ajudar a crescer. E as ideias… oh as ideias! No fundo as pessoas não deixam de ser ideias, porque todos nós temos uma ideia de alguém. E deixam-nos sempre algumas ideias. Eu tenho um problema com ideias: produzo-as na minha cabeça a velocidade da luz. Meu problema está em criar uma ponte onde elas conforme as regras do trânsito saiem para fora e tornam-se uma acção. Mas este é essa a minha resolução: construir essa ponte :)
MissLilly says
A vida da muitas voltas e muitas vezes fecha.se uma janela para se abrir uma porta! Assim são as pessoas que passam pela nossa vida, se bem que algumas ficam pra sempre apesar da distância. As vezes tb e preciso ter a audácia de arriscar, nem q seja para calar o `e se’. E eu percebo o q dizes, e importante ter o sentimento de pertença e tu já passaste por isso qdo mudaste para Lisboa. Tendo dado esse passo é mais fácil :)